Muitas pessoas não sabem, mas existem diferentes tipos de paladar e eles vão influenciar sua experiência com todos os alimentos, definindo aqueles que você gosta e aqueles que nem tanto.
Entender como isso funciona e quais são os sabores básicos, é o primeiro passo para desenvolver proativamente seu paladar e, quem sabe, desfrutar de novas e incríveis experiências gastronômicas.
Pensando nisso, trouxemos um conteúdo completo sobre esse tema para você ficar por dentro. Continue acompanhando e faça uma boa leitura!
Índice
- O que é o paladar?
- Tipos de paladar
- 5 gostos básicos
- Como desenvolver o paladar?
- Café amargo ou doce?
- Conclusão
O que é o paladar?
O paladar, também chamado de gustação, consiste na sensibilidade gustativa. Ele é possível por meio da língua, um órgão sensorial que permite identificar o gosto, textura e temperatura dos alimentos.
A língua também é um músculo que permite movimentar o alimento dentro da boca, iniciando o processo de deglutição, além de suas funções para emissão de sons e palavras.
Na língua estão localizadas cerca de 4 mil unidades gustativas com 40 a 60 células sensoriais cada. A maioria delas, 75%, fica na língua, mas também estão presentes na faringe, laringe e começo do esôfago.
As unidades gustativas estão localizadas em estruturas chamadas de papilas, que é o nome pelo qual são popularmente conhecidas.
As papilas gustativas detêm células que permitem identificar os cinco gostos básicos: doce, salgado, azedo, amargo e umami. Em seguida, o sabor identificado é comunicado ao cérebro.
Todas elas são capazes de identificar mais um sabor que outro, entretanto, há zonas mais ativas. O doce, por exemplo, é mais sentido na ponta da língua, enquanto o amargo está lá atrás, na base do órgão.
A percepção dos sabores se deve à resposta sensorial às diferentes substâncias químicas presentes nos alimentos. Nosso paladar é, portanto, uma reação química.
Tipos de paladar
Uma distinção que tem se tornado mais comum são os tipos de paladar. O mais conhecido é, sem dúvida, o chamado “paladar infantil”, que também é chamado de seletivo e/ou restritivo.
Para avançarmos nesse assunto, uma curiosidade sobre o paladar: tendemos naturalmente ao sabor doce e existem explicações evolucionárias para isso. O leite materno, sendo o primeiro alimento, tem um sabor levemente adocicado, tornando-nos mais tolerantes e propensos ao doce desde a infância.
Mas não é apenas nessa fase que o doce está mais presente. Quando maduras, as frutas possuem um sabor mais adocicado, demonstrando que estão boas para comer. Já as frutas verdes têm sabor mais amargo, indicando que ainda não estão comestíveis.
Evolutivamente, essa distinção foi importante para garantir o acesso às fontes de energia. Entretanto, quando são introduzidos doces artificiais na dieta desde a infância, acabamos mascarando o sabor original dos alimentos e a tendência é recusá-los.
Um paladar infantil será menos propenso a outros sabores que não o doce e haverá rejeição a grupos alimentares, como verduras, legumes e cereais.
Ainda que não seja necessariamente um problema, pode ser caso evolua para um transtorno alimentar com muita restrição, impedindo a ingestão dos nutrientes necessários.
5 gostos básicos
As papilas gustativas da nossa língua são capazes de identificar cinco sabores tidos como básicos. Vamos falar sobre cada um deles a seguir.
#01 Doce
É a primeira experiência gustativa e isso se deve à sua importância para sobrevivência, por ser fonte de energia e de carboidratos.
O doce garante disponibilidade energética para o organismo e a reserva calórica vai garantir energia quando não houver mais alimentos disponíveis, o que fez diferença na sobrevivência da espécie humana.
Pode ser encontrado em frutas, vegetais, mel e opções ricas em amido como arroz, batata, feijão e outras.
#02 Salgado
Os alimentos salgados são aqueles ricos em sódio. No organismo ele tem a função de regular a homeostase de íons e água.
Apesar de ser agradável ao paladar em pequenas quantidades, passa a ser rejeitado quando em excesso, inclusive por poder levar à desidratação.
Opções naturalmente salgadas incluem peixes, frutos-do-mar, ovos, carnes e alimentos fermentados, como shoyo e missô.
#03 Azedo
O azedo também é um gosto agradável ao paladar, desde que em pequenas quantidades.
Na natureza, o excesso de sabor azedo ou ácido é visto como um indicativo de que o alimento não está bom para consumo. Esse é o caso das frutas ainda verdes que têm alta concentração de ácido cítrico e também de alimentos estragados, como o leite que passa a concentrar ácido lático.
Opções naturalmente azedas ou ácidas incluem: limão, laranja, abacaxi, morango e outras frutas vermelhas e cítricas.
#04 Amargo
O gosto amargo é naturalmente rejeitado pelo paladar humano por ser um indicativo da presença de toxinas. Por essa razão, especialmente as crianças tendem a rejeitar essas opções.
Conforme crescemos, aprendemos a apreciar o sabor amargo em pequenas quantidades, isso por conta de seus benefícios à saúde, como o estímulo à produção de enzimas digestivas.
São opções naturalmente amargas: café, cerveja, verduras verde-escuras como a rúcula, almeirão, chicória, couve, alcachofra e legumes como quiabo, berinjela e alcaparra.
#05 Umami
O gosto umami ainda é pouco conhecido. Ele foi descoberto em 1908, no Japão, e reconhecido entre a comunidade científica apenas em 2000.
O umami está vinculado à presença do ácido glutâmico, um aminoácido essencial que desempenha um papel fundamental nas características deste gosto. Isso se traduz em uma maior produção de salivação e na prolongação da sensação de sabor.
Naturalmente presente em alimentos como: carnes, peixes, frutos-do-mar, cogumelos, ovos, vegetais, legumes, aspargos, leite, queijos e chá-verde.
Como desenvolver o paladar?
Talvez em algum momento da vida você já tenha ouvido a frase “aprender a gostar”, relacionada ao paladar e, nesse caso, ela é realmente válida. Temos a capacidade de desenvolver o paladar e aprender a apreciar gostos que anteriormente não estavam no nosso repertório gustativo.
Uma forma de fazer essa transição é comer alimentos que, por enquanto, não são tão saborosos para você, especialmente se forem verduras, legumes, cereais, grãos e frutas.
Com a exposição a esses novos gostos, o paladar vai passar a aceitá-los melhor. Isso não impede que você use temperos que sejam saborosos para você, ajudando nessa transição para um paladar mais receptivo a novos sabores.
Ah, e aqui chegamos a um ponto importante para o desenvolvimento do paladar. Você sabia que gosto e sabor são coisas diferentes?
O gosto está relacionado à percepção gustativa das papilas. O sabor, entretanto, consiste em uma experiência que reúne dois ou mais sentidos. Quando falamos em degustar um alimento, por exemplo, falamos dessa experiência entre aparência, olfato, tato e paladar.
O clássico cafezinho, por exemplo. Só de sentir o cheiro de café fresquinho já dá água na boca, não é mesmo? Isso se deve a essa experiência multissensorial da alimentação.
Quando um alimento tem um cheiro estranho, por exemplo, você naturalmente o rejeita e pressupõe que esteja inadequado ao consumo. Essa avaliação também é feita com a aparência e gosto do alimento.
E o que isso tem a ver com desenvolver o paladar?
Tudo! Se você está pensando em ampliar seu repertório gustativo para ser mais sensível aos sabores dos alimentos – como conseguir identificar notas de chocolate no café – os outros sentidos são importantes aliados.
O primeiro passo, neste exemplo, é usar o olfato para tentar identificar as notas olfativas antes mesmo do preparo. Com o café preparado, o olfato continua a ser acionado em busca de novas percepções antes mesmo do paladar entrar em ação.
Ao experimentar, o café deve-se acionar suas memórias gustativas para identificar os sabores conhecidos presentes na bebida e, também, o que há de novo, buscando associações com outras experiências do paladar.
Talvez (e muito provavelmente) você não consiga identificar as notas de sabor do café logo na primeira ou segunda vez, mas, com a prática, as diferenciações do sabor se tornarão cada vez mais perceptíveis e, assim, apreciadas.
Café amargo ou doce?
Vamos a outra polêmica: você é do time do café com ou sem açúcar?
Naturalmente, o café tende ao gosto amargo que, como vimos, não é o mais dominante na memória gustativa. Entretanto, somos capazes de gostar e aprender a apreciar o amargo quando em níveis adequados na bebida.
Um dos motivos para o uso excessivo do açúcar no café, antigamente, era a má qualidade dos grãos, o que tornava a bebida excessivamente amarga. Muitas pessoas se acostumaram com essa forma e, como também vimos, o doce é o mais natural dos gostos para o nosso paladar.
Assim, se você é do time do açúcar e não abre mão, tudo bem também. Mas, se estiver tentando desenvolver os tipos de paladar para apreciar o café, temos aqui algumas dicas para você!
Conclusão
Hoje, exploramos o incrível e complexo mundo do paladar e qual o caminho de autonomia para desenvolver novas percepções, criando um repertório mais amplo e sensível para nossas papilas gustativas.
Também descobrimos que degustar, seja uma refeição ou um café especial Baggio, é uma experiência multissensorial, o que demanda nossa presença e atenção, para aproveitar de forma completa essa experiência.
Se você quer mergulhar mais fundo no universo do café, vem conferir conteúdos exclusivos no nosso blog!